Chapecó amanheceu tomada pelo teatro. Na quarta-feira (17), a Praça Coronel Bertaso deixou de ser apenas um ponto de encontro cotidiano para se transformar em palco da peça Praga de Mãe, da Cia de Teatro Circula-Dó, de Lages-SC. Inspirada na tradição do Teatro Popular de Bonecos, a montagem trouxe bonecos irreverentes, música ao vivo e uma boa dose de humor ácido, em diálogo direto com a cultura popular brasileira.
Essa é a proposta da atual Administração Municipal, de facilitar o acesso da população a produtos culturais. Além disso firmamos parecerias para ampliar a abrangência do festival por vários espaços, aproximando a cultura de diferentes públicos, disse o secretário de Cultura, Fellipe de Quadros.
Para o presidente da Associação Chapecoense de Grupos e Artistas de Teatro (Acate), Jovani Santos, esse evento simboliza a essência do Festival. Queremos que a cidade inteira respire teatro, que a arte esteja presente não só no palco do Teatro Municipal, mas também nas praças, bibliotecas e espaços do cotidiano das pessoas. É nesse encontro direto que o Festival ganha vida, destacou.
Entre os espectadores, estavam os alunos da EEB Mal. Bormann, Coronel Bertaso e Nelson Horosteck, que acompanharam atentos cada gesto do bonequeiro Márcio Machado e se encantaram com a mistura de irreverência, crítica social e oralidade. A história gira em torno de João Redondo, um personagem que, tomado pelo ciúme, comete o impensável e acaba condenado a enfrentar a famosa praga de mãe; essa maldição popular que, dizem, sempre se cumpre.
O espetáculo, que pode ser apresentado em praças, ruas ou teatros, tem o frescor de uma tradição que atravessa séculos. Ele dialoga com os mamulengos do Nordeste, com Punch e Judy da Inglaterra, e com Guignol, da França, mas encontra em Chapecó o chão fértil da praça pública para reafirmar um dos lemas do Festival deste ano: O Teatro Invade a Cidade.
Uma quarta-feira em três atos
Ainda na quarta-feira, o público infantil se deixou encantar por A Maravilhosa Princesa das Bolhas, às 14h30 no Teatro Municipal, apresentada pela Téspis Cia de Teatro (Itajaí-SC). Já à noite, o mesmo espaço recebeu Nós Três, da Cia Muiraquitã (Chapecó-SC), mostrando a força da produção local e fechando o primeiro dia de programação com dramaturgia potente.
O Festival continua
Nesta quinta-feira (18), o destaque é o espetáculo Florbela Espanca, do Grupo Dromedário Loquaz (Florianópolis-SC), às 20h30, no Teatro Municipal, seguido da leitura cênica do texto, às 22h, no Centro de Cultura e Eventos.
A sexta-feira (19) leva o teatro para bibliotecas, centros culturais e o SESC, com seis atrações: Viagens Encantadas, Contos da Corte, Sombras de Pinocchio, Mãe, Sagrado e a leitura de Sagrado.
No sábado (20), a programação abre espaço para o pensamento crítico com o Fórum Teatro em Debate 2025, às 10h30, no Teatro do SESC, reunindo artistas, professores e representantes de instituições culturais para discutir políticas públicas e o futuro do teatro em Santa Catarina.
Cultura que atravessa fronteiras
Com espetáculos gratuitos em ruas, praças, escolas, bibliotecas e teatros, o Festival de Teatro de Chapecó 2025 reforça sua vocação de democratizar o acesso à arte, transformando a cidade em um grande palco vivo, pulsante e popular.
O Festival nasceu com a missão de levar o teatro para além dos palcos tradicionais, aproximando-o das pessoas em seu dia a dia. É uma oportunidade única de descentralizar a cultura e mostrar que Chapecó é um polo criativo e efervescente, reforça Jovani Santos, presidente da Acate.
Realização
O Festival de Teatro de Chapecó é uma realização da Associação Chapecoense de Grupos e Artistas de Teatro (Acate) e da Prefeitura de Chapecó, por meio da Secretaria de Cultura, em parceria institucional com o Sesc e a Udesc.
Para acompanhar a programação completa do Festival, acesse o site e as redes sociais da Prefeitura de Chapecó.
Fotos: Divulgação/Acate