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Protocolo para atendimento aos pacientes com Sífilis poderá ser exemplo para SC

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Chapecó, 03/04/2019, quarta-feira – O Protocolo de Manejo da Sífilis, organizado pela mestranda Saionara Vitória Barimacker e enfermeira da Rede Municipal de Saúde de Chapecó, foi apresentando para a Gerente de Atenção Básica da Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina Dra. Maria Simone Pae. A profissional esteve acompanhada pelos professores Arnildo Korb e Denise A. Zocche em um encontro que aconteceu em Florianópolis e reuniu uma equipe de especialistas, entre eles Débora Batista Rodrigues, coordenadora de Saúde da Mulher do Estado, Caroline S. de Oliveira, representante do Ministério da Saúde no Programa Sífilis Não e Adriana M. da. S. Rubinei enfermeira do Estado. Na elaboração do protocolo, Saionara teve ainda o apoio da equipe técnica da Secretaria de Saúde: Fatima Piovesan, Sara Regina Souza de Oliveira. Mara Schaun, Vanize Putzel, Leandra Porto, Micheli Bordignon, Karina Giachini.

O protocolo resulta de uma série de atividades desenvolvidas durante o Mestrado Profissional de Enfermagem do Curso de Enfermagem da UDESC-CEO. Para os professores envolvidos no trabalho, foi um momento significativo que demonstra que o programa de pós-graduação de mestrado profissional, recentemente implantado, já está demonstrando suas potencialidades e promovendo um retorno para a sociedade. O protocolo visa sistematizar as orientações e facilitar o atendimento dos pacientes com sífilis em Chapecó e na região oeste. Para a mestranda, o documento pode impactar positivamente no controle da doença, pois, além de estar instrumentalizando as equipes de saúde, o mesmo é uma ferramenta de organização do processo de trabalho em rede, sugerindo várias organizações de ações. Além de tratar sobre o protocolo, durante o encontro, foram elucidadas as demais atividades que envolveram todo o processo de conhecimento até que o documento tomasse forma. Atividades que envolveram vários profissionais e estão contribuindo para a melhoria do processo de trabalho da rede do município, vindo de encontro com a proposta do mestrado profissional.

Dados de Chapecó

Em Chapecó, no ano de 2018 foram registrados 744 casos de sífilis e em 2019, até o momento, já foram 61 casos registrados. Os casos de sífilis vêm aumentando nos últimos anos. Analisando a série histórica, é possível verificar esse crescimento.

Saionara comenta que o protocolo consiste no primeiro produto do mestrado profissional finalizado e tem previsão para defesa o mês de junho de 2019. A pesquisa tinha por principal objetivo identificar as dificuldades no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos usuários portadores de sífilis enfrentadas pelos enfermeiros da rede de Atenção Primária do município de Chapecó. E a partir disso o intuito foi elaborar um protocolo assistencial para o manejo da sífilis em adultos por enfermeiros na Atenção Primária em Saúde.

A enfermeira destaca que a pesquisa acabou trazendo inúmeros desdobramentos que culminaram em diversos produtos durante o período de desenvolvimento. Houve uma reestruturação, embasadas nas discussões ocorridas durante a coleta de dados quando foram problematizadas todas as dificuldades relatadas pelos enfermeiros. A partir dos estudos, aconteceu uma inserção no Grupo de Trabalho de Sífilis, instituído pela Vigilância Epidemiológica Municipal, que trouxe a possibilidade de atividades externas de testagem para a sífilis e outras doenças nas empresas do município executadas pelo SAE – Serviço de Atendimento Especializado em HIV/Aids. Como também, esse grupo criou um “plano de trabalho para o enfrentamento da doença” o qual objetiva estabelecer ações e diretrizes para o seu controle. “Além dos vários desdobramentos na rede de saúde do município que as discussões acerca da temática causaram, após a apresentação do protocolo, parcerias, entrevistas em rádio, tv e jornais, a enfermeira ministrou uma oficina com os professores da Rede de Educação Básica Municipal, instrumentalizando-os para trabalhar a temática com os alunos do ensino fundamental. E ainda participou como palestrante em mesa redonda intitulada “Doenças emergentes e Sífilis em Chapecó e região: desafios e possibilidades para a atuação do(a) enfermeiro(a)” promovida pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) a qual contou também com a presença da coordenadora de Vigilância Epidemiológica do município e de representante do Comitê de Transmissão Vertical de Sífilis, Hepatites, HIV e Toxoplasmose”, comentou.

A enfermeira reforça que “sentia dificuldades em manejar os pacientes desde início até o término do acompanhamento, o qual gira em torno de dois anos”. Como a proposta do protocolo difere um pouco dos protocolos clínicos encontrado nas literaturas tradicionais, foi aceito para apresentação oral na Convenção Internacional de Cuba Saúde Pública de Saúde de 2018 como também recebe menção honrosa no 8o Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão da UDESC Oeste/CEO. “Outro produto relevante criado a partir da pesquisa foi a criação de material traduzido para a língua dos imigrantes Haitianos (crioulo), os quais encontram dificuldades para comunicação, e também buscam os serviços de saúde do município para atendimento a essa enfermidade. O material chama a atenção pelo cuidado com essa população e está publicado no Site Oficial da Prefeitura de Chapecó”, finalizou.

Saiba mais

A sífilis é doença de caráter sistêmico, causada pela bactéria Treponema Pallidum. A forma de transmissão, além do ato sexual, pode ocorrer por transfusão de sangue contaminado, pelo contato com as lesões em mucosas, como também, de mãe para filho pela placenta ou pelo canal do parto (sífilis congênita). Porém, tem maior infectividade por meio da transmissão sexual, girando em torno de 60% nos estágios iniciais. A doença a apresenta quatro estágios, sendo eles:

1º Sífilis Primária: A principal característica é uma úlcera, geralmente na região genital, que não coça e não doí, muitas vezes confundida com um pêlo inflamado. Podendo acometer pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, como outros tecidos que apresentam mucosas. Vale ressaltar que em até dois meses a lesão some por conta, mesmo sem tratamento, e a pessoa pensa ter curado, porém a doença avança para o estágio secundário.

2º Sífilis Secundária: os sintomas surgem de seis semanas a seis meses após a lesão primária, durando em torno de 1 a 3 meses. Manifesta-se através de erupções lesões na pele que também não coçam. Porém por seu aspecto de roséola especialmente no tórax e abdômen, confunde-se com alergia. Também pode ocorrer descamação da palma das mãos e planta dos pés, e isso ser confundido com dermatite. Como no primeiro estágio os sintomas também irão sumir mesmo sem tratamento. Se não procurar assistência de um profissional da saúde nesta etapa, a doença fica incubada (3º Sífilis Latente) por um longo período de tempo até que passa a se manifestar em sua forma mais grave a fase terciária.

4º Sífilis Terciária: considerada a cronificação da doença. Surge entre dois a 40 anos após o início da infecção. Os sintomas podem incluir: doença neurológica (neurossífilis*), doença cardiovascular e goma sifilítica (que consiste no aparecimento de “espinhas gigantes”), ainda, menos comumente pode ocorrer demência, inflamação ou degeneração de estruturas ósseas e articulares.

*Na neurossífilis as manifestações incluem alterações agudas no estado mental, meningite, acidente vascular cerebral, anormalidades auditivas ou oculares.

Sífilis congênita

Consiste na transmissão da doença de mãe para o filho, podendo provocar aborto espontâneo, parto prematuro, e malformações como surdez, cegueira e deficiência mental. Para reduzir esses riscos para os bebês, foi criado em 2015, junto à Clínica da Mulher Chapecoense, o ambulatório de Sífilis para gestantes e recém-nascidos e o Comitê de Investigação de Doenças de Transmissão Vertical.

Realize seus exames

Os exames são realizados nos 26 Centros de Saúde da Fam,ília. Todas as pessoas que já tiveram a vida sexual iniciada e que não usaram preservativos, tendo ou não sintomas. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais simples e rápido é o tratamento.

• Todas as pessoas com diagnóstico da doença necessitam fazer o tratamento eretornar à unidade de saúde para realizar exames de controle após o término do tratamento.

• Nos casos positivos todas as parcerias devem realizar o exame para diagnóstico de Sífilis.

• Usar preservativo nas relações sexuais, evitar o compartilhamento de seringas, agulhas e contato com sangue e fluídos corporais de outras pessoas.

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