Desde domingo, quando ocorreu um conflito na Aldeia Kondá, com uma morte, vários feridos e casas incendiadas, a Prefeitura de Chapecó está colaborando para abrigar indígenas que fugiram da Aldeia, devido ao clima de tensão e violência.
A pedido da Funai o município cedeu o ginásio Ivo Silveira e está auxiliando com colchões, roupas e alimentação, com as equipes da Secretaria de Família e Proteção Social, Defesa Civil, apoio de entidades como Cruz Vermelha, além de doações da comunidade. A Guarda Municipal também está colaborando com a Polícia Federal e Polícia Civil na segurança da Aldeia e do ginásio.
Nesta terça-feira a Secretaria de Saúde do Município instalou consultórios improvisados no ginásio, com oito profissionais para atender sintomas de dor de cabeça, hipertensos, diabéticos e outras demandas.
Também foram realizadas reuniões, primeiro na Prefeitura e depois no ginásio, com a presença do prefeito João Rodrigues, do Procurador do Ministério Público Federal, Antônio Augusto Teixeira Diniz, do coordenador regional da Funai, Adroaldo Antonio Fidelis, da secretária da Família e Proteção Social, Ariete Lauxen, do presidente da Fundação Cultural, Fellipe de Quadros, e do coordenador municipal da Defesa Civil, Valter Luciano Hüning, além das lideranças Kaingang. Na segunda reunião também estiveram o comandante da 4a Região da Polícia Militar, Jorge Luiz Haack, e o comandante do 2o BPM, major Rafael Antônio da Silva.
De acordo com o prefeito João Rodrigues, o objetivo foi conversar com as lideranças da Aldeia, tanto da situação quanto da oposição, para pacificar a comunidade. Cerca de 300 índios estão abrigados no ginásio, que é um local provisório.
Na reunião o Ministério Público Federal destacou que haverá segurança presente na Aldeia para que as famílias possam voltar para suas casas. O Procurador também ressaltou que os envolvidos no homicídio e outros atentados contra a vida, além dos incêndios, serão responsabilizados criminalmente. Além disso será realizado um plebiscito para escolha das lideranças da comunidade, até o dia 20 de agosto.
Um levantamento será realizado no ginásio e na Aldeia, para verificar se pessoas de outras aldeias não estão vindo para Chapecó. De acordo com o prefeito, quem não for de Chapecó será encaminhado de volta para sua origem.
Gradativamente os indígenas devem voltar para a aldeia, inicialmente pelos que não estiveram envolvidos no conflito.